Maranatha
Mário T Cabral
Durante bastante tempo, Mário T Cabral foi assíduo colaborador do jornal angrense Diário Insular. No segundo ano da sua participação, as crónica versaram a “Política”, porque, como ele mesmo diz, «Num tempo em que o mundo da política é medíocre e imoral, uma pessoa sensata talvez devesse afastar-se do campo. A verdade é que o assunto é central à Humanidade e um cidadão responsável tem o dever moral de combater a decadência.» Alinham-se soba designação “Maranatha”. Diz o autor: Maranatha é o nome do país que vou desenhar durante este ano nas minhas crónicas de sábado. Pensei noutros títulos, como sejam: República, Utopia, Tribuni Plebis…Trata-se dum modelo ideal de sociedade humana, onde cada pessoa se realiza integralmente no grupo. Não vou fingir que estou num tempo nunca vivido ou num lugar que não existe na Terra; por isso, deixei cair o título Utopia. Muitas das melhores soluções sociais já foram vivenciadas; não acredito no bom selvagem nem subscrevo o ideal do progresso. É minha vontade mostrar que se pode falar de política de maneira concreta e simples, evitando a retórica moderna, que interessa aos homens mal intencionados. Parto da pergunta: «Se tivesse de organizar uma nova civilização, como a faria?». Não vou aparentar ter perdido a memória ou a idade. Não ponho nada do passado fora: nem os erros, nem os grandes feitos. Vou construir a minha cidade com todos os meus conhecimentos factuais, filosóficos, morais, etc. Mas dou-me o direito pleno de criar o novo.
Contém sete capítulos: Introdução, Fundamentos, Poder, Economia, Educação, Cultura e Religião.»
VENDA DIRECTA – pedidos para: companhiadasilhas.lda@gmail.com
Excerto
Uma sociedade é tanto mais perfeita quanto mais respeitar a pessoa humana na sua integridade. Em Maranatha a pessoa humana será reverenciada desde o primeiro dia da sua vida individual até ao último.
Existe a possibilidade real doutro tipo de pessoas, em concreto os extraterrestres, os anjos e Deus. Ocupar-nos-emos delas no último capítulo desta série de crónicas.
No mundo físico tal e qual o conhecemos, em 2010, os seres humanos são os únicos a merecer esta designação. Considera-se pessoa todo o ser capaz de consciência, vontade livre, afectividade e tendente à relação, através da linguagem.
Sabemos que somos livres porque somos conscientes; livres, somos responsáveis pelos nossos actos de vontade, que podemos justificar, diante dos outros, através do discurso coerente. Só quem é responsável é que tem direitos. Só as pessoas têm direitos.
Logo, os animais não têm direitos, pois desconhecem o que seja o dever e não apresentam razões. Isto não significa que possamos tratá-los mal, sem motivo.
E os fetos, serão pessoas? E os seres humanos em coma? E os loucos? E os velhos com Alzheimer? (…)
Nota de leitura