A companhia das Ilhas edita nova obra de Luís Quintais, Uma arte do degelo: a bio-arte e a tectónica do presente, que estará disponível nas livrarias na segunda quinzena de Julho.
«O livro Uma arte do degelo: a bio-arte e a tectónica do presente é uma reflexão sobre as implicações das biotecnologias no campo artístico. A bio-arte usa, como media, a vida, manipulando-a em laboratório, recontextualizando-a no espaço público, exigindo ponderação reflexiva. Os trabalhos que se fazem aí inscrever parecem sugerir uma perturbação profunda das fronteiras que opõem natureza a cultura, arte a ciência, estética a ética, conhecimento a poder. Para lá da perturbação, a discussão encetada pretende levantar a hipótese de que o que está em jogo aqui se prende com a possibilidade desta forma de arte estar tão-só a solicitar, de todos nós, uma leitura mais atenta e mais participada do território dos especialistas ou oficiantes de laboratório. É não tanto a arte que é, através da bio-arte, objecto de uma torção crítica ou reflexiva (como se fosse ainda possível fazê-lo em arte após as aventuras e derivas que o século XX, em particular, nos ofereceu), mas a tecno-ciência na sua relação com a pólis. Não é a arte que se torna perigosa ao cooptar as biotecnologias de última vaga. É antes esse mundo híbrido que a tecno-ciência instaura que reclama tal perigo.» [Luís Quintais, Junho de 2015]
Luís Quintais nasceu em 1968. É antropólogo, ensaísta, poeta e professor junto do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. Como investigador está associado ao Centro de Estudos Sociais (CES). Trabalha actualmente sobre acidentes e sobre arte. Na Universidade de Coimbra, lecciona cadeiras sobre história e teoria da antropologia social e cultural, culturas visuais, literatura e antropologia, antropologia médica e antropologia cognitiva. Publicou onze livros de poesia: A imprecisa melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso antigo (2001), Angst (2002), Duelo (2004), Canto onde (2006), Mais espesso que a água (2008), Riscava a palavra dor no quadro negro (2010), Depois da música (2013) e O vidro (2014). Como poeta, foi distinguido com os prémios Aula de Poesia de Barcelona, PEN Clube Português, Prémio Fundação Luís Miguel Nava, e Prémio Fundação Inês de Castro.
Este ano, a Companhia das Ilhas editou obras de Gisela Cañamero (Para Além do Muro), Fernando Gandra (Os Lugares), José Manuel Teixeira da Silva (Música de Anónimo), José Amaro Dionísio (Vidas Caídas. Diário de um Repórter na Amazónia), Maria da Conceição Caleiro (Até para o Ano em Jerusalém), Manuel Tomás (Ainda Há a Chuva a Cair), João Reis (A Noiva do Tradutor) e Francisco José Craveiro de Carvalho (As Sapatilhas de Usain Bolt & Outros Tercetos).
Até ao final do ano estão previstas obras de José Alberto Ferreira, José Ricardo Nunes, Nuno Félix da Costa, Abel Neves, Mário Botequilha, Armando Almeida, Alexandre Sarrazola e Inês Lourenço, entre outros.