folha #015

28 de Janeiro de 2020

Dos balanços (algo enjoativos) de 2019, registamos alguns dos nossos maiores: Urbano Bettencourt: Com Navalhas e Navios; José Amaro Dionísio: O Nome do Mundo 1969-2019; Paulo da Costa Domingos: Carmes.

Já tínhamos dito na folha anterior que neste ano redondinho publicaremos ainda obras que vêm de 2019:

Ondas médias / O segredo de Ouro Preto, de Vitorino Nemésio – edição de Cláudia Cardoso.

Poesia II (1950-1959), de Vitorino Nemésio – edição de Luiz Fagundes Duarte.

Vitorino Nemésio. À luz do verbo, de José Martins Garcia.

Luís Chacho, com Garrotilho, e Diniz Conefrey, com Um Fio Atravessa Noite, inauguram o novo ano editorial.

Se os ventos (açorianos e não só) respeitarem o nosso sossego, seguir-se-ão:

– Nuno Félix da Costa: Epopeia Mínima

– Cláudia Lucas Chéu: Confissão

– Frederico Pedreira: A Lição do Sonâmbulo

– Rui Pina Coelho: Este Título Não que É muito Longo (Textos para Teatro 2010-2017)

– Simão dos Reis: Ilhas Imateriais

– Nuno Dempster: Variações da Perda

Garrotilho: A tradição da pena, coisas a mais. Época arrumada do avesso, fora da cristaleira dos zeros e de uns. Faltámos às explicações e aos chicotes. Subscrevemos o garrote; vida se apagando, apertada, jogada à linha em contramão. Ó leitor, meu natural companheiro de esgotamento, dá cá um bacalhau. Senta-te, que para café e cigarros ainda vai havendo. Se tens onde ir, à falta de melhor, pois então vai. Amigo não empata amigo. (Luís Chacho)

Luís Chacho, 1974, cresceu entre Lisboa e a Outra Margem.

Publicou o poema “Aqui Del(ete)” na colectânea poética O Desejado. Robot Bimby (organização de Jorge Corvo Branco, Companhia das Ilhas, 2015).

Escreveu a letra da música “Gelatina” dos Duble Dread e o texto adaptado ao videopoema “Sonho Brando” (em colaboração com Rafael Teles), que integrou o projecto multimédia internacional HearteartH. Implantou um “Postiço” na revista Gueto. Publicou sua Vida Mulata, livro online, pela Enfermaria 6. Os poemas “Esquadrinhar” e “Entre nós”, obtiveram uma menção honrosa no concurso Teixeira de Pascoaes 2016-2017, CLEPUL.

Colabora regularmente com a Palavra Comum, Revista Galega Lusófona de Artes e Letras, com fotografias.
O que escreve (e fotografa), pode ser encontrado no blogue Cimento-Cola.

Um Fio Atravessa Noite: Não sabíamos nada das cores. Respirávamos nas alcovas do desejo com um labor secreto por tudo aquilo que está para vir, amadurecendo na densidade do tempo, no interior do mundo que não fora feito pela humanidade. Calaram-se as vozes e ergueu-se o poema alterando-se na combustão das cicatrizes de tudo o que, por intocável, aspira à libertação do amor. Escutamos os pássaros nervosos que perseguem os dias, como se do último se tratasse. (Diniz Conefrey).

Diniz Conefrey: lisboeta que tem na Cidade do México uma morada sentimental. Adicionou à formação autodidacta um curso de desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes.

Nas últimas três décadas participa, como ilustrador e autor de narrativas gráficas, em diversos jornais, revistas e editoras a par de alguns cursos de formação.

Foi bolseiro do Estado mexicano em 2005, 2007 e 2015.

Criou, com Maria João Worm, a chancela Quarto de Jade onde tem vindo a publicar alguns livros da sua autoria. Simultaneamente, colaborou com a Pianola Editores além de manter uma presença assídua na revista Cão Celeste.

É autor dos livros de poesia No coração de Agave (Douda Correria, 2017) e Afluentes de Adobe, com Alexandre Sarrazola e Maria João Worm (Quarto de Jade, 2018).

Berram, gesticulam, agitam a cabeleira farta, luzem o crânio calvo: aramistas menores.