Símil

António Calpi

Num ambiente de hospital que pode também ser o de um teatro e os seus bastidores, as personagens-actores dialogam violentamente sobre as suas personalidades, sobre jogos de espelhos, sobre as artes da verdade – o teatro, o cinema… – e do fingimento, numa linguagem crua, despida de preconceitos, violenta, plena de liberdade.

Uma dramaturgia que se alarga para outros territórios do fazer teatral.

 

Excerto

aos vinte e dois anos emigrei, pus-me a cavar da porcalhota com pivete a refogado … angariei bilhete de ida num concurso de rifas, o dialecto numa trouxa de chita,
nervoso miudinho na verga, disse bai-bai à forretice vigente simulada em parcimónia e vida regrada … longe dos olhos o coração aos saltos como uma corça com cio ou gata oferecida a roçar sensual entre as pernas do dono … acometeu-me uma euforia regeneradora, enfim um pacto duradouro com o futuro … comichão anal satisfeita na vertigem eléctrica de a coçar … hino sem letra, bandeira branca hasteada … de repente a matéria dilatou o espaço livre de fronteira com o tempo … tomar-lhe o gosto … corpo indolor suspenso no éter … o alívio da morte dos outros … numa ilha sem vivalma saiu-me a lotaria e guardei-a a sete chaves, sem gastos, juros ou partilha …

 

Nota de leitura

Ficha Técnica

ISBN: 978-989-8828-03-3

Dimensões: 11×15

Nº páginas: 72

1ª Edição (Março de 2016. 1.ª Tiragem: 100 exemplares). Desta edição, fez-se uma tiragem especial de 50 exemplares, numerados e assinados pelo autor.

Nº Edição: 080

Colecção azulcobalto| teatro 013

Género: Teatro

PVP: 10

 

 

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