Raul Brandão e os Açores

Vasco Medeiros Rosa

Prefácio de Urbano Bettencourt

Tudo o que alguma vez o leitor quis saber sobre a viagem de Raul Brandão aos Açores e nem se lembrou de perguntar. Os bastidores do lugar clássico na lista de livros de visitantes às nossas ilhas estão agora desnudados em palco. O autor, um açorianófilo que já deu provas bastantes em escritos vários resultantes de pesquisas meticulosas em arquivos e bibliotecas, merece receber a cidadania honorária do arquipélago.
Onésimo Teotónio Almeida

Excerto

Do mesmo modo que As Ilhas Desconhecidas de Raul Brandão esteve décadas à espera dum editor que o redescobrisse e publicasse, assim também os estudos literários — ou, mais apropriadamente dito, culturais — em torno deste livro escrito em 1926, publicado em 1927, a partir de uma viagem realizada no verão de 1924, demoraram demasiado tempo a reconhecer-lhe centralidade na perspectiva do que se convencionou chamar «açorianidade». Muitas e variadas razões, endógenas e exógenas, terão concorrido para essa dupla indiferença ou insensibilidade, a que acresce uma outra, que conviria assumir, perspectivar e remediar: o facto de um livro tão relevante para o arquipélago não ter ainda sido objecto de tradução e publicação em línguas de máxima projecção, como o inglês, permitindo a sua leitura e comentário num panorama internacional de interesse crescente pela literatura de viagens.

Quase centenário, este livro de Raul Brandão recebe nas páginas que se seguem uma abordagem como nunca havia sido tentada, e que um projecto de investigação (promovido pela Companhia das Ilhas e parcialmente financiado pela Direcção Regional da Cultura dos Açores) tornou possível e que importa agradecer. O autor não tem a pretensão de ter alcançado «o fim da linha», mas espera que este novo patamar de conhecimentos acerca do motivo, edição e recepção d’As Ilhas Desconhecidas. Notas e Paisagens ajude a reconhecer e enquadrar melhor o livro de Raul Brandão no contexto da sua obra, em particular equiparando-o a Os Pescadores — outro livro que ressoa ainda, na literatura portuguesa, com a força das vagas marítimas que o inspiraram.

 

Nota de leitura

Ficha Técnica

ISBN: 978-989-8828-89-7

Dimensões: 13×18cm

Nº páginas: 184

Ano: 2019 | Outubro

Nº Edição: 177

Colecção: transeatlântico # 034

Género: História dos Açores / Biografia

PVP: 14€

Autor