Os filhos de Mussa Mbiki

José Pinto de Sá

Cinco narrativas desencantadas sobre um Moçambique devastado pela guerra, num registo cru e frontal que se demarca raivosamente dos estereótipos da “Mamã África” para afirmar a universalidade dos africanos.

Excerto

Com o cano da arma afastou a manta, deu com uma velha e um bebé. A velha, morta, cortada ao meio pela rajada. Olhos esbugalhados, boca entreaberta, o sangue a escorrer entre os dentes limados em serra. O bebé, abraçado à velha, com a cara escondida entre as mamas ressequidas. Não chorava.
[Chama-se Eusébio e acabou-se]

 

Nota de leitura

Sem preocupações de nenhuma estratégia de legitimação identitária – ele há tantas – o autor de Os Filhos de Mussa Mbiki vem desarrumar algumas convenções sobre a narrativa que se escreve em Moçambique. Não cabe em escolas, não as quer; não sofre da famosa «angústia da influência». O que José Pinto de Sá nos propõe é um outro caminho. Os Schoolars mais diligentes quererão arrumá-lo em alguma prateleira teórico-identitária. Pressinto que o autor se está nas tintas.
[Luís Carlos Patraquim. Da apresentação pública do livro]]

 

Ficha Técnica

ISBN: 978-989-8592-16-3

Dimensões: 11×15

Nº páginas: 48

Ano: 2013

Nº Edição: 15

Género: Ficção/Conto

PVP: 10 €

 

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Autor