O Oráculo
António Vieira
Pareceu-me que o modo mais eficaz de contar a história do imperador Juliano (a quem os pagãos chamavam Juliano o filósofo e os cristãos Juliano o apóstata) seria sob a forma dramática, e os três actos de O Oráculo inspiram-se fielmente nos acontecimentos históricos narrados. Assim, contra a sentença oracular de Apolo, Juliano decide-se a partir em campanha contra os Persas, procurando repetir os feitos de Alexandre Magno e igualar a sua glória. Mas é morto em combate logo numa primeira batalha, encerrando-se com ele a Antiguidade e calando-se definitivamente o oráculo de Delfos.
[ António Vieira
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Excerto
A História é um xadrez jogado entre homens e deuses. A cada lance, coisas há que não podem mais acontecer, e outras que se tornam inevitáveis.
Levarei à Sibila a pergunta precisa que o Imperador te confiou e tanto pesa sobre a sorte do mundo.
A Pitonisa está oculta. Amanhã, depois, ou quando for dia fasto, confrontará a fórmula com os Fados, escutando a voz do deus, à qual permanecemos surdos.
Até lá, sereis hóspedes do santuário e podereis percorrer a encosta, visitar as oferendas que os séculos acumularam. Vereis o ômphalos, centro e umbigo do mundo, por onde passa o eixo central que desce do alto espaço e mergulha na terra até ao reino de Hades. Grande prodígio!
Nota de leitura