No prelo

Décimo primeiro título da colecção de teatro que a Companhia das Ilhas tem vindo a concretizar em parceria com o Teatro da Rainha. Dela, diz o encenador Fernando Mora Ramos: « Será a peça de Carson um resumo da peça de Sófocles? Não, seria disparate dizê-lo. E por que razão? Porque, tratando-se da revisitação de um clássico, não se reduz à síntese mas, pelo contrário, incute-lhe uma actualidade, uma vivacidade, particularmente na linguagem entremeada de tradução directa do grego e coloquialidades próximas, de tal forma que nessa sobreposição dos dois tempos, nesse trânsito, estamos de repente a ver próximo, nosso — também na densidade psíquica das figuras —,
um “material” com cerca de dois mil e quinhentos anos. Esse efeito de actualidade através da linguagem e da substância das figuras tecida nas relações, de exemplificações que pertencem a um tempo histórico que não é o da peça original — Carson socorre-se das peças de Žižek, Brecht, Anouilh para reelaborar a sua, aplicando uma “bibliografia” textual na trama — acaba por trazer o clássico ao nosso presente.»
Tradução de Isabel Lopes (professora da ESEC)
Anne Carson (Toronto, 1950), é professora de Literatura Clássica e Comparada, doutorada com tese sobre Safo. Estreou-se em livro, no ano de 1986, com “Eros the Bittersweet: An Essay”, ao qual se seguiram várias obras de poesia, ensaios, traduções e versões de clássicos gregos. Foi a primeira escritora a ganhar o T. S. Eliot Prize e o Griffin Poetry Prize. Em 2020 foi-lhe atribuído o Prémio Princesa das Astúrias das Letras. “Antigonick”, versão da “Antígona” de Sófocles, teve uma primeira edição em livro no ano de 2012.

Caminhos e metamorfoses da poesia portuguesa contemporânea
«A linguagem secreta e discreta da poesia tende a dizer (tem de dizer?) o que outros géneros tantas vezes rejeitam. O poema é como um relógio de sol em cujo quadrante se podem ler as mais leves oscilações do tempo e dos tempos, as vibrações anímicas de um sujeito e as zonas de sombra e luz de uma visão da História. Também na poesia portuguesa que aqui se percorre, desde meados do século XX, os modos próprios da expressão pessoal se vão acastelando no nosso horizonte de leitura para configurar um tempo. Um tempo que, no que se refere à sua projecção no poema, tanto pode corresponder a um tempo histórico bem definido como remeter para uma atmosfera epocal mais difusa, ou mesmo apenas para aquele «lusco-fusco da consciência» de que fala o Livro do Desassossego.» [João Barrento]
Este novo livro de João Barrento (Prémio Camões 2023) ficará disponível para as Livrarias na segunda quinzena de Janeiro de 2024.

Programação sujeita a alterações por motivos de força maior: guerras, pandemias, fascismos e outros flagelos sociais ─ ou simplesmente por estarmos cansados (e não temos de prestar contas a ninguém):
JANEIRO
# Mário T Cabral: É PRECISO QUE TE LEMBRES DOS PASSEIOS COM O TEU CÃO
# André Almeida e Sousa: INVENTÁRIO DE FRASCOS | SOMBRAS CALHAS
# José Ricardo Nunes: ALFABETO ADIADO
# Sarah Adamopoulos: AGOSTO
FEVEREIRO
# Joana Brandão: CAMINHOS / “CORAGEM HOJE, ABRAÇOS AMANHÔ
MARÇO
# m. parissy: INCÊNDIOS DE RUA
# Jean-Pierre Sarrazac: AJAX, REGRESSO(S)
ABRIL
# Carlos Costa | Jorge Palinhos | Miguel Mira: O GRANDE MUSEU DA CONSCIÊNCIA DE ELON MUSK
# Ana Vitorino, Carlos Costa, Gemma Rodríguez: TANG PING, UM WESTERN MODERNO SOBRE NÃO SER NINGUÉM
MAIO
# Raul Brandão: AS ILHAS DESCONHECIDAS
# José Viale Moutinho: À SOMBRA DAS VOZES
# João Barrento: APARAS DOS DIAS – A ESCRITA NA PONTA DO LÁPIS
JUNHO
# Virgílio Martinho: RELÓGIO DE CUCO / A CAÇA
# Jaime Rocha (coord.): POESIA, UM DIA (2012-2022)
JULHO
# Luís Serra: PINGUE-PONGUE NO TERRAÇO
# Vasco Medeiros Rosa: É PRECISO ROMPER O AMANHÃ. MADALENA FÉRIN REVISITADA
# António Vieira: ENTREVISTA
# Mário T Cabral: METEOROLOGIA. CONTOS PARA ADULTOS QUE NÃO QUISERAM SER GRANDES
# Mário T Cabral: O PORTA-ESTANDARTE
AGOSTO
# Jorge Fazenda Lourenço: FIM DE BOCA E MAIS POEMAS 1981-2023
SETEMBRO
# Nuno Dempster: SEIS HISTÓRIAS PARALELAS
# Urbano Bettencourt: ANTES QUE O MAR SE RETIRE
OUTUBRO
# António Vieira ELOGIO DA DESCRENÇA (2.ª edição)
NOVEMBRO / DEZEMBRO
# Anne Carson: ANTIGOTRIZ
# Mário T Cabral: A CEIA GRANDE
# Mário T Cabral: EUDEMIM
# José Manuel Teixeira da Silva: PENAS PESADAS DA NEVE
JÁ A PENSAR EM 2024
# Cláudia Lucas Chéu: UM QUARTO COM VISTA SOBRE O MEU QUARTO
# João Barrento: OS INFINITOS MODOS DA PALAVRA. Caminhos e metamorfoses da poesia portuguesa contemporânea
# Helder Moura Pereira: ANTOLOGIA PESSOAL (título a definir)
# Jorge Pereirinha Pires: AROMAS
# José Sebag: VOLUME ANTOLÓGICO (título a definir)
# Vitorino Nemésio: CORSÁRIO DAS ILHAS / O RETRATO DO SEMEADOR
# Luigi Pirandello: O HOMEM DE FLOR NA BOCA / SONHO (MAS TALVEZ NÃO)
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