2018

Companhia das Ilhas – Balanço (provisório) de 2018

O ano editorial da Companhia das Ilhas fica marcado de forma muito positiva pelo início da publicação da Obra Completa de Vitorino Nemésio, em parceria com a Imprensa Nacional. Esta edição, coordenada pelo Professor Luiz Fagundes Duarte (Universidade Nova de Lisboa), volta a colocar em devido destaque a obra do grande escritor do século XX açoriano e português. Em Setembro saiu o primeiro volume (dos 18 previstos): Poesia 1916-1940, com apresentação editorial de Fagundes Duarte. Seguir-se-á, ainda este ano, o segundo volume, que agrega Amor de Nunca Mais (Teatro) e Paço do Milhafre e O Mistério do Paço do Milhafre (ficção – conto), com apresentação editorial de Chloé Pereira, para o teatro, e de Urbano Bettencourt, para a ficção.

A Companhia das Ilhas continuou este ano a edição das Obras Completas de José Martins Garcia (1941-2002) e de Álamo Oliveira (1945-). Do primeiro, saíram para as livrarias os volumes 7, 8 e 9, respectivamente: Alecrim, Alecrim aos Molhos (contos, prefácio de Nuno Costa Santos), Poesia Reunida (com prefácio de Renata Correia Botelho), e o romance Memória da Terra (prefácio de Vilca Marlene Merízio). De Álamo Oliveira, os romances Burra Preta com Uma Lágrima e Até Hoje. Memórias de Cão (volumes 3 e 4 das suas Obras).

O ano (que está a terminar com 28 títulos publicados – 150, desde Maio de 2012), teve, como habitualmente, a poesia em primeiro plano, com 12 novos livros: Ao largo de Delos, de Ramiro S. Osório, Um Mosquito num Voo Baixo. Um Poeta na Revolução, de Gisela Canãmero, Pena de Morte, de Jorge Aguiar Oliveira, Um Espelho para Reproduzir as Mutações da Vida, de Fernando Machado Silva, Falquejando os Dias, de Manuel Tomás, Poesia, Um Dia. Poetas em Ródão (2012-2017), com coordenação literária de Jaime Rocha, Beber pela Garrafa, de Cláudia Lucas Chéu, A Pessoa Indicada, de José Viale Moutinho, Ao Ouvido do Diabo, de Rui Sousa, e A Vau, de Paulo da Costa Domingos, e os referidos Poesia Reunida, de José Martins Garcia, e Poesia 1916-1940, de Vitorino Nemésio. De assinalar também o livro de ensaios de Jorge Fazenda Lourenço, Azares da Poesia, que inclui poemas seus e traduções de e.e. cummings.

Na ficção contemporânea portuguesa, vários livros a merecerem referência especial: de Alexandre Sarrazola, Smalloch (o segundo título deste autor na Companhia das Ilhas, depois de Kinderszenen, em 2015); Corpo Triplicado, livro de estreia (contos) de Maria Brandão; ABN da Pessoa com Universo ao Fundo, de Leonor Sampaio da Silva (segunda obra de contos); O Caso Salvaterra, de João Urbano, Puta de Filosofia, de Carlos Alberto Machado (depois de O Mar de Ludovico, 2017); e a estreia em romance do poeta Nuno Dempster, com Há Rios que Não Desaguam a Jusante.

 A edição de livros de peças de teatro, na colecção azulcobalto | teatro, continuou com um estreante, Guilherme Pelote: Um Rapaz Chamado Rupert Partiu-te o Nariz com Um Pau? (peça encenada por Carlos Avilez no Teatro Experimental de Cascais), e com o “veterano” Carlos J. Pessoa: Três Textos Excêntricos (uma parceria da Companhia das Ilhas com o Teatro da Garagem). Este ano inaugurou-se uma série da azulcobalto | teatro, intitulada mundo, para peças de autores estrangeiros encenados em Portugal. Em parceria com o Teatro da Rainha, abriu em grande, com Luigi Pirandello: Barrete de Guizos / O Homem, a Besta e a Virtude. A colecção azulcobalto | teatro é a única em Portugal a dar atenção continuada à dramaturgia portuguesa contemporânea, e conta já com 23 títulos publicados. É dirigida pelos dramaturgos Rui Pina Coelho e Carlos Alberto Machado.